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Alto Minho, conectar para internacionalizar, promover para crescer

2012-07-13

Realizou-se no dia 12 de julho, na Eurocidade Valença-Tui, o terceiro dos seis seminários previstos no âmbito da iniciativa “Alto Minho: Desafio 2020”, promovido pela Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima (CIM Alto Minho), que procurou refletir sobre o Alto Minho enquanto região conectada e promover o debate sobre as condições chave para a internacionalização da região. 


Com um reputado painel de oradores convidados do mundo empresarial e de instituições tanto nacionais como da Galiza, a tónica dos discursos incidiu na análise dos fluxos turísticos, na internacionalização empresarial, na cooperação transfronteiriça e nas conectividades regionais e internacionais. Augusto Mateus, coordenador do Plano de Desenvolvimento do Alto Minho (Alto Minho: Desafio 2020) - documento que irá traçar as principais linhas de intervenção para a região nos próximos dez anos, num processo de consensualização de objetivos e de prioridades de desenvolvimento -, apresentou aquela que deverá ser a estratégia de internacionalização para o Alto Minho.


Para o ex-ministro da Economia, um dos objetivos centrais da iniciativa “Alto Minho: Desafio 2020” é contribuir para um novo posicionamento do Alto Minho à escala internacional. Esta afirmação do Alto Minho passa, segundo Augusto Mateus, pela identificação de necessidades, pela mobilização de recursos, pelo conhecimento dos mercados externos e pela capacidade de adaptar modelos e de acelerar mudanças. “Ser uma região conectada é saber olhar para as tendências dos mercados internacionais e perceber como é que as empresas em ação na região podem aprofundar e melhorar a sua participação em cadeias de valor globalizadas”, sublinhou. Augusto Mateus referiu, ainda, que o Alto Minho tem um “papel de charneira” na articulação das relações entre o Norte de Portugal e a Galiza e que “esta aliança tem de ser trabalhada no sentido de ser colocada no mapa da Europa e do mundo”. 


Para o presidente da CIM Alto Minho, Rui Solheiro, o Alto Minho é um espaço de excelência para investir e visitar – a menos de 60 minutos localizam-se as áreas metropolitanas do Porto e Vigo e do eixo urbano de Braga/Guimarães, abrangendo mais de 3 milhões de pessoas, e infraestruturas chave de suporte à competitividade (aeroportos, portos de mar, instituições de ensino superior e diversas áreas de acolhimento empresarial) –, mas cuja consolidação, em definitivo, só será possível com a modernização da linha ferroviária do Minho, entre Porto e Vigo, assim como a resolução do problema de acesso e de algumas condições de operacionalidade do porto de Viana do Castelo e a das dificuldades inerentes às portagens da ex-SCUT. Relativamente à cooperação transfronteiriça defendeu a necessidade de reforçar ainda mais, em conjunto com as instituições da Galiza, as redes de cooperação ao nível da valorização da Economia do Mar; da promoção conjunta dos principais produtos turísticos transfronteiriços; e da melhoria dos serviços coletivos de proximidade nas regiões de fronteira, como é o caso da Eurocidade Valença-Tui.


Jorge Mendes, presidente da Câmara Municipal de Valença, falou da experiência de pouco mais de seis meses deste projeto inovador, que tem permitido desenvolver iniciativas conjuntas entre os municípios de Valença e Tui, com ganhos claros ao nível da afirmação e visibilidade deste território, considerando-o um bom exemplo de internacionalização. O facto da fronteira de Valença-Tui ser a mais movimentada de Portugal e Espanha – com uma média diária de 25 mil viaturas nas duas pontes internacionais – constitui uma oportunidade que, no entender de Jorge Mendes, deve ser aproveitada, atraindo esse tráfego para os centros urbanos e para os produtos turísticos locais. “Temos o Caminho de Santiago de Compostela mais procurado pelos turistas, com cerca de 240 km a partir do Porto”, salientou o autarca numa alusão à necessidade de cativar novos visitantes.


Pedro Rodrigues, diretor da Direção PME da AICEP, falou do papel da AICEP na atração de investimentos estrangeiros e enquanto agente facilitador do processo de internacionalização das empresas portuguesas, sem custos para o investidor, salientando que a CIM Alto Minho poderá também trabalhar com a agência, tendo em vista a captação de novas empresas para a região, mostrando a sua oferta competitiva.


Por seu turno, Nuno Fazenda, perito coordenador da Agenda Regional de Turismo (CCDR-N), numa análise dos fluxos turísticos internacionais, nacionais e regionais, disse, que não obstante o Alto Minho apresentar um volume de investimento aprovado de natureza privada bastante interessante, continua a ser fundamental melhorar a sua estratégia da promoção turística, face ao decréscimo registado em termos de ocupação hoteleira.


Miguel Bugarín, diretor-geral de Mobilidade da Junta da Galiza, referiu-se também à intensa mobilidade que existe na fronteira de Valença e Tui, onde, na sua maioria, predominam os veículos privados, por inexistência de uma política de investimentos em transportes públicos transfronteiriços. “Falta uma estratégia da euro-região Galiza - Norte de Portugal para uma mobilidade sustentável”, asseverou. De igual modo, defendeu a necessidade de uma intervenção no traçado da linha ferroviária do Minho, de forma a alcançar mais velocidade. “A chave para que a linha de Porto/ Vigo tenha êxito não é substituir o comboio ou criar mais horários, mas modificar a infraestrutura da via para baixar o tempo de viagem”, concluiu.


O seminário contou ainda com as intervenções de Moisés Rodríguez Pérez, alcalde do Concelho de Tui; Xosé Lago García, subdiretor-geral das Relações Exteriores e da Cooperação Transfronteiriça da Junta da Galiza; e uma mesa redonda onde José Maria Costa, presidente do Eixo Atlântico; Johan Stevens, coordenador da Academia da Internacionalização e diretor-geral da SANITOP; Francisco Calheiros, coordenador do Consórcio MinhoIn e presidente da Turihab; Xavier Martin, administrador da DSTelecom; Rui Dias, gerente da GETBUS; e Martinho Silva, diretor executivo da Mar Ibérica, partilharam as suas experiências sobre o mundo empresarial, as relações transfronteiriças e o processo de internacionalização das empresas.

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